13 de abr. de 2015

Devo pedir perdão aos fã-clubes?

Devo pedir perdão
aos fã-clubes?
(Primeira parte)

Se ‘alguma coisa’ deste mundo é mais fundamental do que Deus para sua felicidade e para que você encontre significado ou alegria em sua vida, então ‘essa coisa” se tornou um ídolo para você, algo que suplantou Deus em seu coração e em suas afeições.

Nós, brasileiros, somos patriotas? Não é difícil responder a esta pergunta. Quando a seleção joga, nós somos. Nos confrontos com a polícia dentro ou fora dos estádios, não. Quando saímos às ruas para exigir nossos direitos, nós somos. Quando escondemos nossos rostos e quebramos tudo, não somos. É difícil sermos patriotas quando descobrimos que os heróis da nossa pátria não são tão heróis. Tanto os do passado quanto os atuais, na grande maioria, foram fabricados por manipuladores da comunicação.
A quem interessaria contar que o Duque de Caxias não fora herói, e que a Guerra do Paraguai foi a mais devastadora da América do Sul aniquilando com este citado país. A quem interessaria saber que Dom Pedro I montava na verdade uma mula e só deu o grito de independência porque estava  cheio das pressões que o pai fazia para que ele voltasse para Portugal. A quem interessaria narrar que a república teve início em um golpe covarde baseado em uma mentira sórdida que se tornaram as bases de nosso atual sistema de governo. A quem interessaria dizer que Tiradentes serviu no exército como alferes, portanto ele não poderia ter os cabelos e a barba longos, no máximo um bigode, e que enquanto esteve na prisão era comum os presos terem as cabeças raspadas ou cabelos curtos e a barba feita. Torná-lo parecido com Jesus foi um propósito maquiavélico para fazer dele mártir e herói.


A mídia atual traz o hedonismo que semeia no coração dos jovens “o querer sem limites, a qualquer custo”. Os comunicadores com seus aparatos sedutores movimentam as emoções das pessoas, fazendo com que criem identificações com seus ídolos, criando comportamentos, assim como novas formas de ser, de pensar, de conhecer o mundo e se relacionar com a vida. O sujeito tende a almejar ser parecido com determinadas pessoas que a mídia idealiza, em seus meios de comunicação, desfilando uma cruel ostentação para os telespectadores, fazendo dos ídolos uma imagem desejada, para uma população que muitas vezes desconhece a realidade em que vive e se aliena com o que lhe é proposto.
A mídia é autoritária, impõe modelos e padrões ao sujeito e priva-o de uma escolha. As imposições midiáticas acabam por gerar um profundo mal-estar no jovem, que é obrigado ou a aderir o que lhe for imposto para se sentir parte da sociedade, ou a negar as imposições e se sujeitar a viver fora de um grupo social.  - (Thiago Heine dos Santos)


Desculpe, mas até hoje não me caiu a ficha. Até hoje não entendi. Porque idolatram John Lennon, Elis Regina, Cazuza, Bob Marley, Che Guevara? Que Deus os tenha em bom lugar.


Devo pedir perdão
aos fãs-clubes?
(Segunda parte)

"Tudo me é permitido", mas nem tudo convém. "Tudo me é permitido", mas eu não deixarei que nada domine. (Apóstolo Paulo, 1 Coríntios 6:12) Tudo posso, tudo quero, mas eu devo? Quero mas não posso. Até posso se burlar as regras; mas eu devo?

Ética é o conjunto de valores e princípios que usamos para definir as três grandes questões da vida: QUERO, DEVO, POSSO. Tem coisas que eu quero, mas não posso. Tem coisas que eu posso, mas não devo. Tem coisas que eu devo, mas não quero. Só teremos paz de espírito quando aquilo que queremos é o que podemos e é o que devemos. (Cortella, 2009 – Itália)
As ‘celebridades’ que vou mencionar são representativos e todos tiveram valor em suas áreas de trabalho, mas só como registro, Elis Regina morreu vítima de overdose de cocaína e álcool. Renato Russo e Cazuza morreram vítimas de complicações causadas pelo HIV. Chorão do grupo Charlie Brown Jr. morreu de overdose de cocaína. Cássia Eller morreu devido a uma parada cardiorrespiratória, causada por overdose.

Os ídolos atuais da ostentação de carros importados, alguns com preço acima de milhão, os ídolos da ostentação de correntes e medalhões de ouro no pescoço, nada passam que enalteça a alma dos jovens; parece que apenas querem dizer: eu tenho e você não tem. E, se quiser ter igual, já que você não é cantor, nem ator, nem jogador, então “corra trás”, “se vire nos trinta” Vale tudo não quer dizer trabalhar, vale qualquer caminho; e vocês sabem quais são. São estes os ídolos que  aplaudimos. São-nos exemplos de quê?

Em três anos, o número de meninos envolvidos com o tráfico em Florianópolis cresceu 3.200%. Uma das iscas utilizadas pelos chefes das bocas de fumo é a criação de bondes de funk ostentação com patrocínio de bailes para atrair a garotada iludida com a possibilidade de se vestir como as grifes da classe A: Nike, Shox, Tommy Hilfiger, Oakley. (http://ndonline.com.br/florianopolis/noticias/115638-funk-ostentacao-e-a-isca-para-menores-ingressarem-no-trafico-de-drogas-em-florianopolis.html.)

A mídia é cristofóbica e por isso temos uma carência enorme de ídolos verdadeiros. Temos carência de cobras hasteadas em paus em nossos quintais, como fizera Moisés. Temos falta de espelhos. Temos falta de norte. Os ídolos que a mídia produz são puramente comerciais. Estes ídolos, vivos ou mortos, vendem biografias, vendem shows, vendem ‘cds’, vendem espetáculos, vendem moda e horários nos meios de comunicação. Vendem de tudo e não nos compra esperança. Os pincéis que pintam estes ídolos não precisam ter a cor da ética. Os cinzéis que os lapidam não precisam talhar em nome da moral. Estes ídolos servem apenas para nos mostrar o caminho que não devemos seguir, os erros que não devemos cometer, os fracassos que com Deus podemos superar, e mostrar o que não devemos ser. A mídia madrasta cria os ídolos e também os sugam até a morte. Daí para frente quem tenta eternizá-los é a família.


Ídolos geram lucros, então a vaidade faz com que familiares se desdobrem e façam o impossível para que a fonte não seque repentinamente. De imediato, contratam alguém para construir uma enaltecedora biografia; é o reflexo do medo dos lucros cessantes. Para que seus nomes sejam lembrados com carga de emoção humanitária os associam às ‘Ongs’ e fundações beneficentes. Na verdade, só devemos nos curvar para um ídolo. Um ídolo que não vende nada. Um ídolo que não faz show de fé. Um ídolo que cria a paz. Um ídolo que se dá por inteiro. Um ídolo que morreu de overdose... de amor.