Metáforas
sinestésicas
O
poeta é quem percebe a beleza oculta até no lixo,
e
venera a sua utilidade entronando-a num nicho.
O
poeta é um solo ferido pela charrua e fecundo,
onde
germina o halo de um amor profundo.
O
poeta é jardim de impressões e sentimentos,
onde
a garoa da eternidade cria recendentes momentos.
O
poeta é o que trabalha as sensações com liberdade,
regando-as
com as lágrimas colhidas na saudade.
O
poeta é quem cuidadosamente perfuma o barro
e
com as mãos sujas constrói em volta da flor, o jarro.
J. Thamiel
J. Thamiel
Céu
com poesia
Uma
procissão descomunal de astros
segue
inalterada sua rota matemática,
deixando
no espaço ardentes rastros
pegadas
indeléveis na rota enigmática.
De
onde partiram e para aonde irão,
somente
a inteligência cósmica dirá.
O
nosso dogmatismo racional, então
na
grande interrogação permanecerá.
Somos
pequenos para o imenso céu.
E
assim olhamos para o alto todo dia.
Como
não podemos descerrar seu véu;
louvamos
o este lindo céu com poesia.
J. Thamiel
Parece até uma afirmação patética,
porém
a poesia tem que ser poética.
É
mais sonora quando se usa rima,
pois
é o que a consagra e a legitima.
Aí,
temos certeza que não é prosa.
Sem
rima seria o buquê sem rosa?
Para
ser do poeta a glória e tesouro
tem
que ter ela uma chave de ouro.
E
o seu último verso, final da poesia,
deve
ser a moral e um quê de magia,
é,
aí que flui do poeta o sentimento,
na
divina apoteose do encerramento.
J. Thamiel
O
final do poema
O
poema pode ser romântico ou bucólico
O
poema pode ser alegre ou melancólico
Pode
ser concreto e pode ser surrealista,
ser
até parnasiano, cubista ou dadaísta.
E
pode ser intimista, fantástico, exótico.
Não
importa qual escola ao poeta seguir,
importa
na verdade um final apoteótico,
que
faça para o leitor o mundo se abrir.
J. Thamiel
Laus
ad poetry
Dar
roupa poética a um sentimento
é
transformar a vida em monumento.
É
falar do futuro e do presente,
é
falar da velhice e da criança.
É
falar do passado já ausente,
é
falar da ilusão e da esperança.
É
falar do amor que dói na gente,
é
falar do ciúme e da demência.
É
falar da planta e da semente,
é
falar do perdão e da clemência.
É
falar do ferrão do pólen e do mel,
é
falar das derrotas e das vitórias.
É
falar do limão da acidez e do fel,
é
falar das lendas e das estórias.
É
falar da noite, da lua e dos astros,
é
falar da clareza e da insanidade.
É
falar dos caminhos e dos rastros,
é
falar do barro e da oportunidade.
É
falar da vida, do calor, do calafrio,
é
falar da saudade, tristeza, alegria.
É
falar do desdém, aplauso e elogio,
é
transformar toda a vida em poesia.
É falar
de dor, de amor, de dor, de amor...
J. Thamiel
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