Templo da fé
Teus olhos tem a beleza calma
das gentes pacatas de Nazaré,
que sabem da grandeza de tua alma
laboriosa, no templo da fé.
Então, a tua dengosa voz
de grávida é melodia
que acaricia a terra e todos nós
no amanhecer do novo dia.
Tua alegria, teu sorriso
deixam rastros de pureza no ar.
Seu sim é para a terra um aviso
que o salvador vai chegar.
Teu ventre é o presente abrigo
divino da verdade em que tu crês.
O mundo inteiro se alegra contigo
pois Ele virá pela primeira vez.
J. Thamiel
O juízo final
Enoch ficaria abismado, diante de tão grande
esplendor.
Que mensageiro de luz é este que nos é descido
céus?
Sua corte e exército são fantásticos e nos causam
temor.
Será que agora caíram, de todos os abismos, os
véus?
É jesus, o mestre, ao som estridente das
trombetas,
que vem surgindo fulgurante entre nuvens
faiscantes,
numa glória majestosa mais luzente que dos
cometas,
e como nenhuma nau celeste havia produzido antes.
Os povos ordenados para esquerda ou direita se
separam
como se aguardassem uma escolha, um castigo ou
perdão.
Seus inconscientes os conduzem, lhes ordenam, lhes
falam;
e na direção do Mestre seguem, glorificando até na
aflição.
Jesus se assentou no alto do Horebe, agora, árida
colina.
Aos seus pés um jardim, onde nenhuma flor lhe
faria mister.
Mas, o mestre fez deste último momento uma ação
divina
e milagrosa. Surgiu em suas mãos a flor, a mal me
quer.
E, o primeiro vivente para disfarçar o medo e a
timidez
fez uma reverência e disse: Mestre, eu sou meio
afobado;
este seu servo pode ser o primeiro? Perdoe a
insensatez.
-Oh, sim! Será rápido, não preciso nem ver o seu
passado.
E despetalando a florzinha, o Mestre dizia: mal me
quer,
bem me quer; mal me quer, bem me quer, e... mal me
quer!
Que pena, meu filho, poderia até ir para o outro
lado...
mas, vai se ajeitando aqui na esquerda. Está
condenado.
(Não se preocupe amigo, o juízo final não será
assim.)
J. Thamiel
A menina de Nazaré
Ela já era parte da sempiterna mente
desde o início, antes do gênesis, da
criação.
Ao pensar Deus da humanidade na semente,
incluía uma menina no plano de salvação.
Era uma menina... quase uma criança,
fantasticamente parte do projeto divino.
Nela Deus colocava toda sua esperança
de gestar e dar à luz ao Deus menino.
Deus, infinita majestade e onipotência
não quis à menina ordenar, e sim pedir.
Então, sua mensagem com reverência
pelo anjo Gabriel foi a ela transmitir.
Menina, de Deus você foi a preferida
para trazer a este mundo, enfim:
amor, perdão, salvação e nova vida.
E o Todo poderoso espera o seu ‘sim’.
Assim se estabelece a importância
e a grandeza de Maria, bem aventurada,
Com um ‘sim’ de sagrada relevância
foi a primeira criatura por Deus amada.
J. Thamiel
Paradoxo
Na dimensão tangencial,
você está preso por laços.
É paradoxo existencial
pondo algemas em seus
braços.
Você não é mais fulano.
Perdeu a razão ser.
Você não é nem cicrano;
nem sabe pra que viver.
Ali é a encruzilhada
centrífuga tempo-espaço.
Você passou a ser nada
frente ao seu anjo de aço.
Ele na mão, flamejante,
tem uma espada homicida.
E então de agora em diante,
quer sua alma, não sua
vida.
Mas há também um juiz,
que é justo e que te ama.
Ele quer te ver feliz,
pode te erguer da lama.
Javé é seu nome antigo,
que é forte, cheio de luz.
Se é seu íntimo amigo,
chame apenas de Jesus.
J. Thamiel
Quem
fez a magia
Eu
ando meio perdido
Vagando a noite inteira
Procurando
um sorriso
Colhendo
gotas de luz
Numa
pequena peneira
Venço
um longo caminho
Atrás de um breve sorriso
encontro
pedra, espinho,
sombrios
becos sem luz,
muito
mais do que preciso.
O
caminho para o céu
é sempre lento, difícil.
E,
eu penso andar ao léu
e
caminhar pra luz
Mas
sem sair do início.
Como
num passe de mágica,
Nem sei quem fez a magia,
Minha
peneira nostálgica,
plena
de estrelas e luz,
me
transborda de euforia.
Vaguei a noite inteira,
atrás de um breve sorriso,
foi sempre lento e difícil,
mas, sei quem fez a magia,
quem me amava e me queria.
J. Thamiel
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