16 de dez. de 2014

E os jovens embriagados?




“Kai me methuskesthe oino, em ho estin asotia, alla plerousthe em peneumati”. - “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Efésios 5:18)

  
Jovens embriagados, dá dó! Ainda bem que o assunto não é com você. Você pode até dizer que eu já falei sobre este tema. Tema, então! Porque o assunto é sério; e sérios e mais severos deveriam ser os pais atuais. É verdade. O assunto é o mesmo porque o problema continua o mesmo. Sextas-feiras e sábados de madrugada eu vejo, com olhos tristes, jovens, meninos e meninas, naquela fase de encontro de personalidade, perambulando pelas ruas, embriagados, com latinhas de cerveja nas mãos, retornando para casa, das baladas. Embalados pelo álcool, desconexos travam a língua em uma linguagem monossilábica e surreal que só eles entendem. Entendem apenas que querem ser felizes.  Felizes da maneira, talvez a única, que conhecem. Conhecem a lei que proíbe os jovens de comparar bebidas alcoólicas, mas alguém, um adulto ou mesmo os pais fazem isso por eles. Eles, os jovens pagam o preço por isso. Por isso, é que estamos pasmos. Pasmos por saber que de todas a leis ignoradas no Brasil, a que proíbe a venda de bebidas a menores é a mais descumprida com mais naturalidade. Naturalidade não há nas drogas e o álcool é droga. Droga é legal para os jovens, encantadora, sensacional, socializante, divertida, barata e acessível. Acessível a todos, mas poucos jovens querem dar crédito é a pesquisa feita em 5 capitais mostrando que adolescentes que tentam comprar bebidas alcoólicas têm sucesso em, pelo menos, 70% das vezes. Há jovens que bebem por divertimento, mas como podem chamar de divertimentos às bebedeiras, às noitadas, aos bailes, e todas as variadas desonestidades, com e sem máscara? “Não são divertimentos, clama S. João Crisóstomo, mas sim pecados e delitos”. E assim diz S. Jerónimo: “Aquilo que alguém deseja, se o venera, é para ele um deus. Vício no coração é o mesmo que ídolo no altar”. Muitos já estão dependentes, viciados e os pais não sabem.
Os jovens bebem pelas mesmas razões que os adultos. A diferença é que enquanto os adultos responsáveis podem controlar o seu consumo, por experiência e porque a maturidade aumenta a capacidade de autoconhecimento e autocontrole, os jovens não conseguem avaliar corretamente os perigos e podem se prejudicar seriamente. Mas porque, os adultos vividos, experientes e preocupados não conseguem controlar seus filhos? Talvez porque eles acreditam que dizer o que deve ser feito, ou dizer o que é certo equivale a educar. Educar é ser exemplo e não mostrar o correto de forma distante. Não conseguem porque, talvez, também se embriagam. Porque, talvez, estejam vazios. Não devemos nunca estar vazios. Não podemos estar inertes. A vida é atividade plena. Nosso estômago deve estar preenchido. Nosso tempo deve estar preenchido. Nossa mente deve estar preenchida. Nunca podemos estar vazios de espiritualidade. Se estivermos, os vícios e as tentações do mundo encontram um terreno sombrio e ansioso por ser preenchido. Todo nosso ser deve ser preenchido.