12 de set. de 2012

Você acredita que São Judas falou comigo?





Um    dia eu entrei na igreja e, como muitos fazem, fui até o Santíssimo para as minhas orações. Ao passar em frente à imagem do nosso padroeiro percebi alguma coisa estranha. São Judas pareceu-me triste. Chateado? Espantado? Não sei. Mas, enquanto agradecia e pedia sua proteção, notei que estava com um de seus dedos de gesso engessado.  Foi aí que ele me falou. Disse que esta comunidade, sob sua responsabilidade, é linda, devota, piedosa, e que seu trabalho é muito gratificante. Confidenciou-me que agradece a Deus por ser patrono deste Santuário; que encaminha a Deus, prazerosamente, todos os pedidos que a ele são confiados. E, fez uma recomendação: ele respeita todo gesto piedoso, não se importa, até entende que é uma demonstração carinhosa de fé, mas não é preciso ficar esfregando as mãos em seus pés e beijando. Faz cócegas e não é muito higiênico. Um dia, com certeza, irá devolver todos os beijos. Também me falou que genuflexão, é um ato de adoração reservada somente ao Santíssimo e à Santa Cruz no “período que vai da Sexta-Feira Santa até o início da Vigília Pascal”. Somente adoramos a Deus. Aos santos, às pessoas, e aos símbolos, apenas reverenciamos, e o correto é a inclinação simples, de cabeça. A genuflexão é um ato solene de adoração. Exige concentração e fé, com a cabeça abaixada ou o olhar dirigido ao Santíssimo.  Não pode ser feita de qualquer forma. Dobra-se o joelho direito, suavemente até tocar o chão e se ergue suavemente. Não é isto que se tem visto. Não se pode fazer a genuflexão sorrindo e cumprimentando os amigos. Não se pode genuflectir-se preocupado, procurando lugar para se sentar; essa genuflexão se chama “cheguei”. Não se pode fazer aquela genuflexão chamada “ameaço”, isto é, dobra-se o joelho até a metade e... “vupt!” se ergue rapidamente. E, tem aquela genuflexão “espanta santo”. É aquela que é feita apressadamente dobrando-se o joelho até a metade e, enquanto se levanta, faz-se um ameaço de “sinal da cruz” mal espalhado na cara, como se estivesse espantando mosquito. Foi essa aí! Foi essa aí, disse São Judas. O fiel veio até mim vagarosamente, piedoso e contrito. Mas, quando chegou bem pertinho ele fez um “espanta santo” muito rápido. Eu me assustei. Perdi o equilíbrio e para não cair, tentei segurar na coluna, e quebrei o gesso, digo, o dedo. Não doeu, e o devoto está perdoado. Mas, eu estou te contando para que você escreva isto no jornal SANCTUARIUM. Assim, eu penso que as pessoas irão prestar mais atenção a este ato litúrgico importante e irão fazê-lo com mais devoção e perfeição. Amém?