12 de set. de 2012

Foi você que jogou sal na lesma?



Quem não se lembra, de quando criança, de suas travessuras? Recordo muitas coisas: pegava, escondido, os doces da geladeira; fingia que estava com dor de barriga para não ir à escola; atirava pedras no telhado do vizinho; deixava dinheiro na calçada para puxar a linha quando alguém abaixasse para pegar; e... jogava sal na lesma. Quem não tem vontade de viajar no tempo e ser criança outra vez? É a melhor fase da vida. A fase do descobrimento, a fase da inocência. Não havia maldade. O fato de não haver maldade, de não haver conhecimento determina a inocência.
Ah, as crianças! O Senhor Jesus disse que “das tais é o reino dos céus” (Mt 19. 14), o que nos leva a compreender que Ele assim afirmou tendo em vista que a criança pura, inocente, não tem, ainda a maldade no coração, onde só há espaço para o amor, o carinho, a amizade, o bem, o perdão, e a convivência pacífica com todos.
Mas, existe hoje, entre nós, uma força maligna, sorrateira, difícil de ser determinada, com um único objetivo: proibir que as crianças “joguem sal na lesma”, isto é, destruir a inocência. Vou citar apenas um exemplo, entre muitos. Todos já ouvimos falar das mensagens subliminares, mas o que estou mostrando é algo mais contundente, mais presente, mais visível. Há algum tempo foi lançado um desenho animado, que os pais adoram; mas é um destruidor de inocência. É um herói verde, maldoso, mal cheiroso, que mora em um pântano, ao lado de uma fossa. Seu nome é Shrek. Comporta-se de modo grosseiro. Expele gases de modo vulgar e barulhento. Odeia os personagens dos contos de fada, como Branca de Neve, Pinóquio, Chapeuzinho Vermelho e outros. Seu fiel companheiro é um asno neurótico, que usa uma linguagem de baixo calão. Este herói verde, que se comporta de modo estúpido e vive num ambiente imundo, é o oposto do que apresentam as histórias infantis, que formam o caráter com propostas boas e edificantes. O criador do desenho já afirmou que quer acabar com o encanto das historinhas infantis. O criador do personagem confessa o propósito de subverter tudo, e é ali na alma da criança, que ele planta a sua maldade. Estes são os iconoclastas do nosso tempo. Planejam derrubar o que consideram mitos ultrapassados e os substituem por imundícies que perturbam, confundem e poluem a mente e os corações ainda inocentes. Na terra de Jesus, a criança era o símbolo dos pequenos, fracos e humildes. As crianças eram amadas por Jesus e segundo os evangelhos são os primeiros destinatários do céu (Mt 18,1-9; Lc 6,20-21). Jesus é forte e incisivo ao defendê-las: “Quem escandalizar um destes pequeninos que acreditam em mim, melhor seria para ele, pendurar uma pedra de moinho ao pescoço e ser jogado no fundo do mar. Ai do mundo por causa dos escândalos!” (Mt 18,6-7; Lc 17,12). É oportuna a pergunta: Como estamos zelando por nossas crianças?