7 de set. de 2010

E os garranchos?

Escrevemos para que os outros leiam, certo? Há pessoas que não sabem disto. Não escrevem, rabiscam, “garrancham”. Eu diria que, quanto mais importante é o que queremos transmitir, com mais clareza devemos escrever. Porém, não é assim que acontece.
Vejamos quanto importante é a prescrição de um remédio e quão ilegível é o que temos na mão e que chamamos de receita.


Muitas vezes, da leitura correta da receita (que por razões óbvias passamos a chamar de interpretação correta) depende a vida de um paciente; e nós ficamos impacientes por não conseguir ler. E, não é culpa nossa. Não somos Champollion e receita não é Tábua de Roseta. A lei exige que as rosetas, digo, receitas sejam prescritas de forma clara e legível. Eu pergunto: escreve-se mal para identificar a função, por displicência, por desrespeito, ou porque não se consegue fazê-lo melhor? Graças a Deus, temos para nos ajudar, para nos esclarecer, algumas pessoas aptas, como enfermeiras e farmacêuticos e também as bulas (aquelas com letrinhas bem pequenas) que nos especificam o que queremos saber e que não conseguimos através das receitas. Mesmo assim, ainda é um risco, pois nem sempre estamos preparados para entender as bulas.

E, o que tem a ver tudo isso com a Bíblia? Muito.
A palavra de Deus é remédio. A Bíblia também é uma receita. Apesar de, nela não encontrarmos garranchos, é um livro difícil para lermos. Ler tem aqui o sentido de interpretar. A bíblia tem que ser interpretada. E, para isso, foi delegada a alguém, esta responsabilidade. “Em verdade vos digo: tudo que ligardes na terra será ligado nos céus, e tudo que desligardes na terra será desligado nos céus” (Mt.18-18). Esta promessa foi feita a Igreja de Cristo, na pessoa de Pedro. Somente à Igreja Católica foi dado o direito de interpretar a palavra de Deus. A Bíblia não é de interpretação pessoal. A interpretação da palavra de Deus não cabe a mim, nem a você, mas à Igreja na autoridade do Papa. Todos nós, católicos, somos submissos ao entendimento bíblico que a Igreja nos dá. O Santo Padre, muito sabiamente, e inspirado pelo Espírito Santo, nos revela através das “Bulas papais” o sentido correto da palavra de Deus. O erro da “interpretação pessoal” leva a criação herética de seitas e denominações. Já ouvi dizer que, somente no Brasil, temos mais de 20.000 denominações diferentes, todas dizendo serem inspiradas pelo Espírito Santo, todas dizendo estarem com a verdade, todas dizendo seguirem os ensinamentos de Jesus e, no entanto, uma não concordando com as demais. Alguma coisa está errada. Eu acho ser impossível o Espírito Santo, que é verdade, inspirar uma verdade diferente em cada lugar. E, onde está o erro? Claro, no garrancho! Não no garrancho escrito, mas no garrancho da interpretação. É para evitar que também passamos a criar novas igrejas é que devemos sempre estar submissos à autoridade da Igreja. A palavra de Deus é remédio. Todo remédio tem bula para facilitar o entendimento. Você conhece as bulas papais? (jthamiel) - zezinhothamiel@hotmail.com