5 de out. de 2010

Se plantarmos tiriricas, o que iremos colher?




Desculpe o “auê”. Eu não queria magoar você! Também não tenho a intenção de produzir um discurso discriminatório, mas tenho que apontar meu dedo e tocar brutalmente onde dói.
Muitos eleitores não terão o direito de, nos próximos 4 anos, reclamar do “statu quo”. Claro que não. Provavelmente não saibam o que vem a ser este tal de “statu quo”. Esta expressão significa “o estado em que as coisas se encontram”. Você sabe qual o perfil do eleitor que brincou com o próprio voto? Todos os perfis, inclusive os que sabem o que é “statu quo”. Não me venha justificar dizendo que foram votos de protesto. A melhor forma de protestar é com voto responsável. Não se protesta desarrumando a própria casa. Pode ser que você não se lembre, mas em 1963, Charles de Gaulle teria dito que “O Brasil não era um país sério.” Os brasileiros, naquela época, teriam ficado irritados, porém Nicolas Sarkozy deve ter repetido a mesma frase à boca miúda.

Infelizmente De Gaulle estava certo. Vimos candidatos sem graça e outros tantos não tão sérios, cujas candidaturas foram aceitas por partidos também não tão sérios, que provavelmente estão rindo da nossa irresponsabilidade depositada nas urnas.

Somos bombardeados o tempo todo, de todas as formas por incessantes informações, então todo mundo presume que sabe tudo e que entende de tudo. Mas, como cada um filtra e traduz o que recebe de forma diferente, temos várias verdades (ou várias mentiras), e daí muitas opiniões.
Grassam as banalidades porque os limites se alteraram e passaram a ter tênue tangência os opostos. Fora da ética cristã, fora dos ensinamentos da Igreja, percebemos que não está mais claro o que é certo e o que é errado. Não está mais definido o que é bem e o que é mal; não está diagnosticado o que é riso e o que é dor, não causa mais sensação o punhal nem a flor. É como se estivéssemos de olhos fechados e, na penumbra, as coisas deixassem de ser. Leis, normas, regras e moral perecem em seus significados.

Neste momento entendemos que ainda há mais degraus a descer. Percebemos que já é chegado o fundo do poço. Concluímos que a vaca foi para o brejo. A candidatura destes “vips” era uma piada. Sertanejos, pagodeiros, funkeiros, palhaços, etc... Quase nada contra. São maiores, alfabetizados e brasileiros. Mas, não é importante a militância e a vocação política? Ninguém estava obrigado a fazer disso uma outra piada, elegendo-o; mas, fizeram. Fizeram outra piada muito sem graça, pois o brasileiro perde o amigo, perde tudo, perde até a dignidade para não perder a piada.

Ainda bem que nós, eu e você, como instruídos na fé e nas texturas bíblicas, e todos nós, católicos e cristãos, queira Deus, fizemos uso do nosso voto de maneira responsável. Plantamos trigo e não demos apoio a nenhum candidato que faz apologia ao aborto e uniões estranhas aos costumes cristãos, etc... 

Quem controla nossas vidas? 
Nós sabemos quem é o príncipe deste mundo, e podemos deduzir que somos nós que damos forças ao príncipe deste mundo através daqueles que elegemos para nos governar. Com certeza não é desta forma que vamos construir aqui o reino de Deus. Se plantarmos joio, não colheremos trigo. Se plantarmos tiriricas o que deveremos colher?
É, desculpem o “auê”! Eu não queria magoar você.

zezinhothamiel@hotmail.com

Nenhum comentário: