25 de out. de 2008

+ Deus pede conta do meu tempo...

Slogans, marcas, modelos, títulos, rótulos, etiquetas, siglas, patentes,
são adesivos que andam colando na alma da gente.
Signo, design, conversa, máximas, ditos, chavões,
lavam a mente e picham os muros “tatac-tatac”, dos corações.
Slogans, siglas, conversas, chavões, são adesivos na alma,
pinchados na mente... não ensinam, não educam.
Ocupam a mente, emboloram a alma e no tempo caducam.


Pódios, taças, medalhas, troféus, comendas.
Anos, meses, semanas, minutos, calendas,
tudo é rápido, tudo é incerto, tudo é lento.
Meu Deus onde pus a minha noção de tempo?


Tudo passa. O trem passa e com ele a vida passa.
O dia passa, cheio ou vazio, alegre ou sem graça,
também passa a mão na massa, e até a uva passa.
Tudo passa, mas a lança transpassa, o supersônico ultrapassa,
a agulha trespassa e o tecido se amassa.


O cambista repassa,
o vigarista trapaça,
o boi se laça
e a fera se caça.
A imaculada é sem jaça,
a piada suja é sem graça,
e os velhinhos... saudades na praça.


A criança birrenta é pirraça,
a madame é devassa,
o marido é cachaça,
o noivo quebra a taça
e o “Penta-Brasil” que raça!


E o meu tempo?
Eu já não sei se é tarde ou se é cedo,
mas vejo que ele escorre pelo canto do meu dedo.
É a pressa, é a demora,
vou deixar para depois...
Não, eu vou fazer agora!
Tenho sempre que valer por dois;
porque Deus pede estrita conta do meu tempo.


Eu quero compromisso, não vou esperar a tarde.
Eu quero é renascer de novo na parte da manhã, do fogo que arde.
Será hoje, domingo talvez, estou fraco, ontem não deu.
Ontem eu me cansei.
Corri e tropecei, é a idade, doeu.


Estava preso às marcas, aos modelos, à conversa e ao chavão,
e não percebi a ajuda, e não senti Aquele que me tocava o coração.
Ele estava vivo, era o filho de Deus, Jesus,
que por mim, desceu da cruz.


Maldito o homem que acumula riquezas,
quando estas são suas fraquezas.
Maldito o homem que não chega à conversão,
quando Deus lhe estende a mão.
Maldito o homem que segue sozinho,
que não encontrou o caminho.
Maldito o homem preso à veleidade,
não encontrará a verdade.
Maldito o homem preso à própria sorte sem guarida,
está caminhando para a morte já sem vida.


Por isso quero acordar deste mundo,
talvez, quem sabe, veremos...
Senão vou mais pro fundo,
sem “Te Deum laudemus”.
Há tempo para tudo, tudo tem a sua hora,
tem que ser aqui, vai ter que ser agora,
não pode ser no além, senão “bau-bau”, amém.
É pau, é pedra, mas só Ele é o caminho.


Preciso pensar, alguém já disse isso,
mas também eu já ouvi que: “ se penso, não desisto”.
Preciso ouvir com mais atenção, do vento o acalanto.
Quem sabe, eu ouça então a voz do Espírito, que é Santo.
Há uma voz na brisa, uma voz na tarde, e da noite no relento,
dizendo que Deus pede estrita conta do meu tempo.


“Deus pede estrita conta do meu tempo,
forçoso é do meu tempo já dar conta.
Mas como dar sem tempo tanta conta,
eu que gastei sem conta tanto tempo?


Para ter minha conta feita a tempo,
dado me foi tempo, e eu não fiz conta.
Não quis sobrando tempo, fazer conta.
Eu quero agora fazer conta e falta tempo.


E vocês que têm tempo sem ter conta,
não gastem este tempo em passatempo,
cuidai enquanto é tempo, em fazer conta”.


jthamiel

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