3 de nov. de 2015
O que Santo Agostinho não entendeu?
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Numa tarde linda e ensolarada Agostinho de Hipona foi à praia. O mar o esperava abundante de corvinas e robalos que daria uma farta refeição. Porém, como Agostinho não tinha anzol e nem isca, e como sabia que “cabeça vazia é oficina do diabo” começou logo a rezar passeando pela praia. Suas orações o levaram para sua dúvida teísta, metafísica e cristã. São três ou é um? Foi quando encontrou uma criança que havia feito um buraco na areia, e com um pequeno copo corria até a água, voltava rapidinho e despejava a água no buraquinho. Fazia isso exaustivamente e repetidas vezes. A criança lhe disse que iria colocar toda água do mar no buraquinho. Agostinho riu e disse que era impossível. Então, a criança lhe respondeu: “É mais fácil colocar toda a água do mar neste buraquinho do que a Santíssima Trindade entrar na cabeça de Agostinho.”
Até Platão, que era um pagão, percebeu que "o três é um, e o um é três". Isto ele afirma no diálogo
“
República”.
Platão, descrevendo o homem justo diz que este tem três virtudes fundamentais: a temperança, a fortaleza e a prudência. E quando os discípulos lhe perguntaram, onde estaria a justiça, ele lhes respondeu: não compreendeis que o homem que tem temperança, fortaleza e prudência, esse tem necessariamente a justiça? Porque essas três virtudes formam a justiça, e o “três é um e o um é três”. (O três é um, ou: “os três são um”?) Bem, isso agora não importa. O que importa é que onde há fumaça há fogo. Onde há fogo, há luz e também calor. Essas três coisas são inseparáveis na unidade do fogo. Não é possível separar o fogo da luz e do calor. A luz permite que vejamos as coisas, e por isso a luz é símbolo da verdade que permite que conheçamos as coisas abstratamente pela verdade. Se desvendarmos o fogo, até podemos dizer: "agora está claro"; Claro porque a verdade esclarece. A verdade é luz intelectual. E o calor do fogo é símbolo do amor, enquanto a frieza é símbolo da falta de amizade. Obviamente, a Trindade é luz, fogo e calor?
Estamos quentes, estamos quase entendendo. É tudo muito claro e, ao mesmo tempo, muito confuso
.
"Meu amor!
Tudo em volta está deserto.
Tudo certo,
tudo certo como
dois e dois são cinco.”
(Caetano Veloso, 1971).
Nem o Agostinho entendeu, que dirá eu! Também não consegui desvendar este enigma.
O Batismo no Jordão é uma passagem lindíssima da Sagrada Escritura, onde Deus nos mostra a Santíssima Trindade operando em conjunto: Deus Pai no Céu, anunciando o seu Filho, Deus Filho, no Jordão, instituindo o Sacramento do Batismo, e Deus Espírito Santo descendo sobre Deus Filho, em forma de pomba. Deus é uno em três pessoas. Uma só substância em três pessoas totalmente distintas.
O próprio Cristo afirma a SS. Trindade quando diz:
"Ide e ensinai a todos os povos, batizando-os
em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo
"
(Mt 28, 19). Note que Cristo diz "em nome" (no singular) e depois "do Pai, do Filho e do Espírito Santo" (três pessoas). Como você pode explica este "em nome" no singular? Três pessoas, apenas um Deus? O três é um!
Portanto, não queiramos entender algo que esteja acima de nossa capacidade de compreensão. O importante é que aceitemos o que Jesus nos revelou. Somente na eternidade é que iremos entender, ao estarmos junto do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Se não compreendemos o mistério da Trindade, não é porque ele é contra nossa razão, mas acima dela.
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