18 de abr. de 2012


Ocê é meio caipira
Eu nasci naquela serra
num ranchinho a beira-chão.
Todo cheio de buraco
onde a lua faz clarão.
 
Quando chega a madrugada,
lá no mato a passarada
principia o barulhão.
(Angelino de Oliveira, 1918)

Quando digo “muié” estou também me referindo aos “homi”. Eu sou caipira, mas já perdi a vergonha. Recordo-me que quando eu visitava meus parentes no interior, as crianças ficavam espreitando nas janelas e se escondiam logo que gente chegava. Quando, arredias, se aproximavam, ficavam de cabeças baixas, olhando para o chão, morrendo de vergonha. Nós, da cidade também temos vergonha, mas aprendemos a disfarçar e, por fim, a dominamos. Dominamos? Não em todas as situações!


Sinceramente, eu admiro nossos irmãos que, sem constrangimento, saem aos domingos, pela manhã, de porta em porta, testemunhando sua fé. Eu nunca fiz isso. E, também não vou me preocupar em saber se estamos todos certos ou se alguém está errado.
Não importa; a fé é a mesma e temos mais semelhanças que diferenças. O que não devemos aceitar são as falácias bíblicas ou religiosas. Mas, eu me entristeço, me irrito, me descontrolo quando alguém ofende a Virgem Maria. É o meu defeito, mas confesso que não vou declarar “guerra santa” contra ninguém. E, se tiver de deflagrar uma luta, será de perdão e de oração. É o que devemos fazer. Porém, nós, como católicos podemos nos impor, mas nunca devemos transformar esta atitude em uma queda de braços. Devemos testemunhar e nos impor com sabedoria, com conhecimento, com respeito e com humildade. Não devemos “nunca” aceitar ofensas contra a Virgem Maria. Então, oremos!

Neste mês de maio, como seria bonito se nós tivéssemos coragem como nossos irmãos para sairmos de portão em portão, tocando as campainhas, deixando em cada lar uma rosa, afirmando que, nós católicos, não somos órfãos. Que temos um Pai e uma Mãe, e que maio é o mês de nossa Mãe; então gostaríamos de falar um pouquinho sobre Ela.
-Senhor, senhora, vocês aceitam Maria?
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