10 de jan. de 2012

Jesus prometeu mamão com acúcar?




Afinal, que negócio é mais lucrativo, neste mundão, do que a religião? Farmácias abertas a gente não encontra, mas... uma igreja em cada esquina, talvez.  Igrejas com “i” minúsculo e com muitos produtos à venda: saúde, oportunidades, paz na família, emprego bom, carro novo, apartamento de luxo, pagamento de dívidas, recuperação da empresa falida, etc...  Estes produtos são chamados de grandes milagres. Não é preciso muito esforço para convencer alguém do alcance destas graças, pois devido a pobreza, o medo, a desesperança, a falta de presença do Estado no cumprimento de seus deveres básicos como saúde, emprego, escola, e mais, faz com que estas pessoas comprem este “pacote de bênçãos divinas” que são intermediadas por alguns que se autodenominam “apóstolos”, e que estão em constante luta contra o  ”dito cujo”.
As pessoas de boa fé são atraídas e vão à procura de soluções imediatas, e se a resposta não vem, elas migram para outra esquina, digo, outra igreja. Elas agem pela emoção e não pela reflexão. Correm em busca de tudo aquilo que lhes é prometido: riquezas, curas de toda dor, de toda doença, mudança radical da situação de desfavorecidos para a da abundância. Mas nada disto aconteceria se não houvesse a cooperação do tal “dito cujo”. Ele leva a culpa de tudo. Se alguém tiver qualquer envolvimento direto ou indireto com o ele ou não estiver disposto a se "sacrificar" (isto é, contribuir) para a obra de Deus, não será agraciado. Não é o pecado que impede a posse de bens, mas a presença do “dito cujo” em sua vida. Então, ficando responsabilidade por conta do fiel e do “dito cujo”, cria-se uma relação entre “posse da bênção” e o “dito cujo”. Isto é um artifício que permite explicar porque muitos fiéis não recebem os milagres. As doações são presentes ofertados no altar, logo, para uma grande bênção, um valioso presente! Na busca da bênção, o fiel deve determinar, decretar, reivindicar e exigir de Deus que Ele cumpra sua parte no acordo sendo que ao fiel compete dar dízimos e ofertas. O fiel é forçado a uma situação de barganha com Deus. É impossível não perceber a relação da fé com o dinheiro.
Sabemos que Jesus nunca prometeu sucesso. Não prometeu o paraíso aqui na terra. Não prometeu dias sem dor, risos sem sofrimento, sol sem chuva. Ele prometeu força para o dia, conforto para as lágrimas e luz para o caminho. O Cristianismo pregado em alguns lugares é bem diferente do Cristianismo do primeiro século.
“De fato, todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (II Tm. 3:12) - ...“pois a vocês foi dado o privilégio de, não apenas crer em Cristo, mas também de sofrer por ele” (Fp. 1:29) - “Os apóstolos saíram do Sinédrio, alegres por terem sido considerados dignos de serem humilhados por causa do Nome” (At. 5:41)
As bem-aventuranças nos mostram o tipo de pessoas que Jesus abençoou com o adjetivo "Felizes": pobres de espírito, os que choram, os mansos, os famintos e sedentos por justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os pacificadores, os sofredores, os injuriados e os perseguidos pela causa de Cristo. (Mt. 5. 3-11). Amém?  
(jthamiel)