
Estranho aquele alheamento. Estranho a falta de entendimento. Conviveram com Ele durante tanto tempo e ainda não entendiam suas palavras? Talvez perguntassem entre si: porque Ele tenta nos manter estes quarenta dias bem próximos dele? Já estamos tendo visões e alucinações por causa deste longo período de oração e de abstinência, e ele nos pede mais jejum.
Durante quarenta dias, eles foram convidados a meditar sobre o destino de cada um e sobre a responsabilidade como discípulos.
Bem, é provável que os discípulos tivessem mesmo feito estas e outras perguntas ao Mestre. A resposta estava na frente deles. Aqueles quarenta dias antes da Páscoa era um momento de graça, de transformação interior e mostrava a eles um novo caminho, uma mudança radical em suas vidas. Em breve o Mestre não mais estaria entre eles. Eles não conseguiam entender isto. Eles estavam ligados ao Mestre. Jesus disse que iria, mas não os abandonaria. Eles também não conseguiam entender isto. O Mestre iria para o Pai, e isto era um golpe em seus corações. Era preciso muito jejuar, era preciso muito silêncio, era preciso despojamento das coisas materiais, era preciso abandono das fugazes emoções, para entrar em comunhão com o divino e entender a morte, a separação, a ressurreição, o cumprimento da mais sagrada missão.
É possível que hoje tenhamos um entendimento melhor que eles? Não somos muito diferentes daqueles discípulos. Hoje, no ocidente a quaresma tem evoluído para um sentido mais brando, mas não podemos esquecer o verdadeiro sentido e temos que nos interiorizar e descobrir o Mestre vivendo dentro de cada um de nós.
Então continua sendo preciso exercitar o arrependimento, a caridade, a oração e o silêncio na igreja, em casa, no trabalho, na rua, onde quer que pudermos. É preciso jejuar e orar sem cessar (1Ts 5:17), pois somente assim teremos a verdadeira Páscoa. (jthamiel)
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