11 de jan. de 2010

Como é triste Belém (Parte 2)

“Si vis pacem, para bellum”, é o que César dizia. “Se queres a paz, prepara-te para a guerra”. Eu digo: Se queres a paz, não pense em guerra. Ore e espere. Aprenda a esperar.
José e Maria estavam acostumados a esperar e todas as gerações anteriores também esperaram... Falo por mim: jamais perco o trem. Procuro chegar antes e não gosto de esperar. Mas porque não podemos esperar? Porque damos prazo para as ocupações divinas? Porque atrelamos sempre nossos compromissos espirituais às nossas ocupações terrenas? Porque nosso consolo espiritual, nosso louvor vem sempre após as soluções de nossos problemas materiais? Se sobrar tempo, eu vou! Qual é a nossa prioridade? Porque tudo tem que ser sempre na hora e do nosso jeito? Se chover, temos muita habilidade para transformar a chuva em desculpa para alguma coisa. Se fizer sol, também. Ah! As artimanhas do fiel. Deus as conhece todas, e os párocos também. Não podemos esperar? Temos muitos compromissos? E o nosso compromisso com Deus, não é tão importante, quanto?
O chão enlameado, e as pedras escorregadias faziam com que ela segurasse firme nos braços de José... Não deixamos ninguém segurar nosso braço, não gostamos de amparar? Se o chão estiver molhado, se as pedras estiverem escorregadias, já é motivo para nosso tropeço? É motivo para que desistamos?
A cidade não os aceitou. Guiados por uma estranha estrela, eles seguiram para as pastagens... José e Maria procuraram, pediram e ouviram muitos “nãos” até o anoitecer. Nós só aceitamos sim como resposta, porque o nosso ponto de vista é o certo. Ficamos grudados no relógio e reclamamos pelos 15 minutos que esperamos a mais. Esta espera não é de Deus? Não é para Deus? Estes minutos não são a favor da evangelização? Se somos irresponsáveis quando atrasamos, o que somos quando não aguardamos os atrasados? Se temos que ser manjedoura, então Belém deve ser nosso coração. Por isso que digo:- Como está triste Belém ao cair da tarde. Como está triste Belém nesta estação das chuvas. Vamos procurar Belém dentro de nós. Com certeza vamos encontrar a história de um casal que com resignação muito esperou para trazer um menino ao mundo. (jthamiel)

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