Está
muito na moda se falar em inclusão, mas até que ponto vai a relevância desse
discurso? Quem garante que esta é a vontade do pai. O Pai quer “tudojunto” ou “se-pa-ra-do”?
Os pobres convivem com os ricos? No meio de vós sempre haverá
pobres; ao passo que Eu não estarei sempre convosco».(Jo 12,8)
Deus
nos criou desiguais... Não dá para colocar “tudojunto”, o santo e o profano, como disse o apresentador Luciano
Huck ao receber em seu programa, o pregador “X” em meio a uma salada mista de
convidados que incluíam cantores de funks com letras indecentes e outros de
pagodes com letras de duplo sentido: “O
santo e o profano tudo junto misturado aqui no Caldeirãããããão!!! Quem gostou
faz barulhoooooo!!!”.
Não dá para colocar “tudojunto” no mesmo caldeirão,
Cristo, Buda, Krishna e Kardec. Eles podem ter visão parecida sobre a não
violência, amor fraternal, etc. mas, e o fundamental para o Cristão? O
fundamental é muito diverso no tocante à redenção e vida eterna, ao juízo final
e à ressurreição dos mortos. Pode parecer, mas não é apenas uma diferença
cultural. É necessário que haja sempre as diferenças e as desigualdades, e daí
as separações. A criação de Deus é ordenada e de suma perfeição. Ordem
significa perfeição e a perfeição só é possível porque os seres foram criados
com diferenças, com desigualdades.
“Pois bem, os irmãos não nascem
nem permanecem todos iguais: uns são fortes, outros débeis; uns inteligentes,
outros incapazes; talvez algum seja normal, e também pode acontecer que se
torne indigno. É pois inevitável uma certa desigualdade material, intelectual,
moral, numa mesma família (...) Pretender a igualdade absoluta de todos seria o
mesmo que pretender idênticas funções a membros diversos do mesmo organismo” (Pio XII,
Discurso de 4-VI-1953).
A ordem exige desigualdade. Não é possível ordenar entre si coisas
iguais. Ninguém pode colocar em ordem alfabética 30 nomes iguais. Ora, como
vimos Deus fez tudo com ordem. Logo, Deus tinha que fazer tudo com
desigualdade. A ordem reflete o
grau de inteligência do ordenador. Deus criou tudo de forma ordenada, unida
(como um todo) e separada (Sto Agostinho). Amar o “tudojunto” e o “se-pa-ra-do”
é amar o criador.
Cada
um no seu quadrado. Somos sempre separados porque cada um é um indivíduo único,
“se-pa-ra-do” e desigual de todo o resto. Que horrível seria se fôssemos “tudojunto”,
todos iguais, com a mesma cara, mesma altura, mesmo peso, mesmas virtudes,
mesmos defeitos. Freqüentaríamos os mesmos lugares, ocuparíamos os mesmos
espaços, teríamos as mesmas atividades, etc... Somos indivíduos, porque somos
únicos, individuais e “se-pa-ra-dos” e por sermos assim, Deus nos conhece um a
um pelo próprio nome. É confuso. Eu entendo que pelo maior mandamento, temos
que nos amarmos, sendo “se-pa-ra-dos” e convivendo “tudojunto”. O joio deve
estar afastado do trigo. Assim acontecerá
no fim dos tempos: os anjos virão para separar os homens maus dos que são bons.
(São
Mateus 13,49) - Todos os
povos da Terra se reunirão diante d'Ele, e Ele separará uns dos outros, como o
pastor separa as ovelhas dos cabritos (São Mateus 25,32). Se a religião é para nos ligar a Deus,
então é dele que nunca devemos estar se-pa-ra-dos. - Quem nos poderá separar do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a
perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada? (Romanos 8,35) - Nem as forças das alturas ou
das profundidades, nem qualquer outra criatura, nada nos poderá separar do amor
de Deus, manifestado em Jesus Cristo, nosso Senhor. (Romanos 8,39)