Se
tem, azar o seu!
Eu
tenho umas que não me deixam dormir.
É
“rumm, rumm, rumm” o tempo todo. Eu quero amar as pombas, mas não consigo.
Estou me referindo a essas pombas citadinas sujas, desrespeitosas, folgadas,
atrevidas, petulantes, insolentes, etc. Se tudo que Deus criou tem uma
finalidade, então me digam para que serve uma pomba? Não sabe? Eu sei; para
sujar o meu telhado, a minha calha, fazer “rumm, rumm, rumm” e não me deixar
dormir. O que eu adoro é o gavião, mas essa linda ave está em falta.
Ora,
pombas! Tem leis que as protegem, e pessoas que as defendem. Porque essas pessoas
não fazem suas reuniões sob os espaços onde elas se aninham? Tem leis que
protegem os (*)micos-leão-dourados. Para
que serve um mico-leão-dourado? Tem gente que defende, e fala em nome dos elefantes;
isto é porque os elefantes estão bem longe. Você defende elefantes? Gostaria de
um em seu apartamento? Nós podemos amar
os animais, se cada um em estiver em seu canto. Eu não quero um elefante na
sala, um mico dependurado no lustre, ou uma pomba fazendo “rumm, rumm, rumm” no
meu telhado. “Ado, ado, ado; cada um no seu quadrado”.
Nós
também temos que ter consciência do nosso espaço. É necessário conhecer os
limites do território a que temos direito. Não temos que invadir o lugar do
outro. Não podemos usurpar o espaço alheio. Todos nós temos um campo de força
vital, energético, vibracional, seja lá o que for, em torno da gente; e quando
alguém ou alguma coisa invade este espaço, isto parece nos sufocar. Sentimo-nos,
da mesma forma, sufocados quando percebemos que alguém está querendo tomar o
nosso cargo. Não devemos ser incômodo para ninguém. Isto é bem aplicável em uma
comunidade, onde é preciso que um respeite o outro em todos os aspectos e
conheça bem o seu papel para não criar obstáculos, para não impedir que alguém
desenvolva com alegria a sua função. É louvável que coloquemos à disposição da
comunidade os nossos talentos, nosso conhecimento, nossas aptidões, mas é
lamentável quando deixamos transparecer que queremos usurpar a posição do
outro. - “Não
cobiçar as coisas alheias” (Ex 20,17). "Onde está
teu tesouro, aí estará teu coração"( Mt 6,21). O décimo mandamento proíbe a
ambição desregrada, nascida da paixão imoderada pela riqueza, pela evidência e
pelo poder. - Embora, eu não consiga achar um lugar para as pombas, eu vejo que
na natureza tudo tem o seu espaço, e tudo tem o seu tempo. Sei que o nosso tempo e o nosso espaço devem
estar a favor do nosso próximo, ao lado do nosso próximo, e bem perto de Deus.